sexta-feira, 14 de agosto de 2009

O pacto - capítulo 21 - Nada de trivialidades!

Carta 8

Minha cara amiga divagante, como vai?
Ainda está mergulhada em seus pensamentos ou foste à feira hoje?Ou melhor, vais à feira pensando em quê?
Não, estou de brincadeira. Talvez um pouco séria , mas estou.
Você é realmente uma pãndega! Como pode ser tão reflexiva assim?
Quero te dizer que também tenho gostado de escrever em cartas só o que me interessa.
Nada de trivialidades, nada de encher lingüiças.
As trivialidades enchem, é o que fazemos todos os dias, é delas que falamos com quem come e dorme conosco e isto é que enche,não é?
Por isto também me abstenho de dizer
estas futilidades pra você.
Por isto temos esta amizade duradoura.
Não nos gastamos com estas bobagens.
Mas, só porque fazemos parte das futilidades também, devo lhe dizer que tenho tido uma companheira, sim, além do cachorro Nicolau.
Fui escolhido por uma dama simpática, acho que você ia gostar de conhecê-la, isto já faz uns meses.
Como não acredito mais em casamentos, como você bem sabe, e acho que casamento é crise, o que me aborrece muito, nós estamos em fase de morar separados e continuaremos assim
ad perpetum ou enquanto durem as nossas paciências.
Definitivamente, não quero mais ter alguém que me prive de minhas coisas.
Gosto de ler jornal, deixar tudo espalhado pelo sofá da sala, ler durante o café e deixar as páginas de esportes cobrindo o pote de margarina.
Gosto de sair pra beber com os amigos, saídas só de homens pra falar muita besteira e não agüentaria mais mulher na minha cola, enchendo e me dando bronquinhas ou fazendo beicinho .
Desculpe-me o desabafo, mas amiga é pra isto. Não vivo mais com ninguém sob o mesmo teto.
Prefiro as morenas.
Mas durmo e babo nos meus travesseiros quase todas as noites e ninguém reclama comigo por isto.
Bem melhor assim!
Veja bem que à minha maneira também cheguei `a mesma conclusão que você chegou: vivemos melhor sozinhos com nós mesmos, tudo bem que vivo uma versão mais exagerada disto...
Não sou tão poético como você, mas tenho chegado aos mesmos resultados, ou quase!
Falando em poesia, ainda tem escrito seus escritinhos?
Mande-me alguns, quero ver como vai minha amiga escritora.
Lembre-se, escreva porque só assim você eterniza seus momentos...

Um abraço e minha solidão pra você.

Eu

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

O pacto - capítulo 20 - Decreto da teimosia

Decreto da teimosia





Até que a chuva pare de cair

E

Enquanto o sol ainda se esconde atrás das nuvens...

A fim de que a noite seja
estrelada e fria

já que não tenho como evitar que seja também solitária

Continuo a teimar em ser feliz

Por puro prazer...

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

O pacto - capítulo 20 - Farta

Farta

Hoje andei o bastante neste ar de sol,
na luz de inverno
Senti saudade
e uma certa confusão
entre o dia e a noite
Entre o bem e o mal
( isto existe?)

Entre a calmaria dentro da tempestade
e a tempestade de uma calmaria

Entre estar e não ser

Hoje andei o bastante para não me bastar

O vagante andar não me basta mais

Talvez um caminho
( que ainda não sei ao certo)
Me bastaria

Chego ao quase fim do dia
Farta!