quinta-feira, 10 de setembro de 2009

O pacto, capítulo 21, divagações sobre um certo mar

Divagações sobre um certo mar...


O mar de Lya atiça o mar que levo em mim.
Meu mar tem remanso e tem preguiça.
Também meu mar tem turbulência de mar bravio e triste, cheio de contradições não assumidas, entre a vida que carrega em sua profundidade e a vida que é em sua superfície.
Toda a minha imensidão se confunde
com a imensidão deste meu mar,
que não é só água, é mar de mato também.
O sem-fim verde que surge e ressurge em mim, mesmo após queimadas, atiçadas nem sei bem por quem, muito menos por quais razões,
mas que me doem e me dizimam em segundos,
mas não me colocam fim.
Tenho pelo mar de Lya grande afeição pois, me trouxe de volta , a revolta do mar que tinha em mim, escondido sem estar, perdido em algum canto da minha emoção de viver assim, entre um mar de água, mato e fantasias e a seca realidade.
Peço ou imploro, se houver necessidade, que as águas sejam respeitadas, a minha inclusive e, principalmente, por que não? Porque tenho água e mato verde dentro do meu coração e, se para alguém isto não soe conhecido, que me importa?
Não me preocupam os que não têm também um mar, mas aqueles que o têm e o ignoram sem compaixão ou ressentimentos ou dor.
Agora me relato a você, outro mar em extensão e emoção: não ignore seu mar, mas também não viva só dele, porque eu vivo em meu mar e não sei mais viver sem ele.


Obs.: só pra que entenda,meu amigo, andei lendo “O mar de dentro” de Lya Luft.