terça-feira, 19 de maio de 2009

O pacto - capítulo 14 - quando souber, eu aviso!

Relâmpago


Vivo pensando nela, se realmente a sinto e quando a sinto.
Penso que, por refletir demais, talvez faça com que ela me abandone mais do que gostaria.

Queria merecê-la mais e, de tanto querê-la não a tenho o quanto gostaria.

Na verdade, sei que não é questão de merecimento direto e, sim de esquecimento. Para sentí-la basta se esquecer dela que ela vem faceira em nosso ser.

Felicidade é assim pra mim.
É feita de momentos pequeninos tão pequenos que muitas vezes a sentimos e não percebemos.

Não é um período, não é um mês, hora, minuto.

É o segundo sentido.
É um segundo que passa correndo e que se perde logo após.
Aí está o seu tempero, sua graça.

Grande felicidade eu sinto quando me percebo desprendida, despretensiosa.
Minhas grandes felicidades passam e acontecem assim, neste tempo pequeno e também por pequenas coisas.

Não me refiro a coisas pequenas e, sim, a pequenas coisas que, em verdade são as que têm importância.

Então, minha felicidade se define num copo de limonada gelada em pleno verão, na alegria de um filho, num olhar de mar, numa flor do jardim que se abre, no beija-flor que vem visitar a flor que abriu, na companhia de um amigo, na troca de livros, na troca de cumplicidades, na árvore que plantei e que vejo crescer e me dar os limões da minha limonada de verão, na lua cheia, no vento de inverno no meu rosto, no cheiro de chuva e tantos outros segundos sentidos.

Então , felicidade é isto.

Uma pequena grandiosidade que levo dentro de mim.
Algo que sinto como o céu sente o relâmpago.
Um estado de ser e não de estar porque quando o céu recebe o relâmpago ele é relâmpago naquele instante.

Eu sou feliz, isto quando me permito ser feliz...

Confesso que os momentos têm sido mais freqüentes, acho que estou conseguindo perceber um pouco melhor o caminho do ser e ser feliz...

Ainda acho, quando tiver certeza, aviso!

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