domingo, 12 de abril de 2009

O pacto, livro -capítulo 9 - Um presente

Um presente


Tenho pensado num presente,
o que dar pra alguém querido como você...
Pela manhã acordei e, abrindo meus olhos, percebi que o primeiro presente que gostaria de te dar era a capacidade de ter seus olhos bem abertos, não que com isto estivesse dizendo que os seus não o são, nada disto! É que,mesmo os meus que são grandões, na maioria das vezes não vêem o que realmente é importante...
Mas, o que seria importante?
Aí uma dúvida, um problema e não um presente.
Então, este primeiro presente acaba não valendo como tal, né?
Gostaria também de poder te dar o prazer de sentir o calor do sol em sua pele, este calor que nos faz lembrar que estamos vivos, ou então, a sensação do vento em seu rosto, aquele vento forte de outono, aquela brisa marota de verão, ou mesmo aquele vento cortante de inverno, todos eles que nos fazem sentir que a liberdade é um bem humano, mesmo que a liberdade seja um sopro em nossos pensamentos ainda limitados.
Um outro presente bom talvez fosse a sabedoria que poderíamos retirar da areia da praia ao pisarmos nela. A lembrança eterna que a cada passo, uma marca é feita e muitas desfeitas pela espuma do tempo.
A satisfação através da água, de bebê-la, de enti-la através dos pingos de chuva, o frescor do viver, a perpetuação das espécies, a purificação de um banho, o simples prazer na água.
A magnitude que a Lua Cheia nos traz sua grandeza sobre nosso mundo ...até a solidão que esta nos traz...a eterna confirmação de que estamos sós sempre...e que estamos sós sempre...e que devemos ser,nós mesmos, nossa melhor companhia e que esta companhia pode e é muito boa.
Muito mais poderia listar como presentes mas, aí , percebi que nada disto tem valor sem algo que, na verdade, é o mais importante e é o que nos faz perceber todo o resto à nossa volta... o amor...
Amor de verdade, sem compromisso, sem entrega e sem cobrança, aquele tal amor do Criador, coisa que o homem procura em várias religiões, seitas, fraternidades, filosofias, ciências e etc ( mesmo com toda a sua racionalidade de Homo sapiens, o próprio homem seria incapaz de pensar, sem amor ao próprio pensamento...).
Amor, aquele sentimento que a gente perde e ganha com a rapidez de segundos , mas que se for amor, persiste onde quer que estejamos, nos preenchendo e nos nutrindo e nos impulsionando com a vontade de compartilha-lo com com o próximo ao lado.
Amor, este sentimento que nos faz sentir ENORMES diante do mundo porque nos faz sentir que fazemos parte dele...
Sem amor, todo o resto nada valeria.
Sem amor, como seria?

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