quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

O pacto - capítulo 5 - parte 2 - quando ainda não existia solidão...só tic-tec...

Tic – tec e outras decisões


- Pronto, tomei uma decisão!
Ih, lá vem ela com suas decisões... parece até que vive em final de ano inventando aquelas centenárias decisões de final de ano:
Ano que vem, não vou mais tomar refrigerante. Vou ser uma boa menina e vou tomar bastante água, uns quatro litros por dia, que é pra não criar mais celulite no meu culote, como tenho criado...
Lá vem ela com novas-velhas decisões, esta mulher é uma verdadeira pândega, diria meu pai, meu avô e toda aquela galera de antigamente!
-É sério, tomei uma decisão, ou várias, por sinal. Acho que todas, uma a uma, têm relação entre si.
-Tem certeza do que você está falando? Não é mais uma das suas loucurinhas, não?
-Olha, loucurinha é da sua avó, que está a dez palmos da superfície da terra e ainda deve insistir em ser sua avó!
Esta mulher não é fácil. Sou amigo desta peça rara há muito tempo, mas nem sei bem a razão pra durar tanto. Naqueles dias dela, aqueles dias que o tal Chico vem visitá-la então, é um inferno. Fica nervosa como o que e, não deixa a gente terminar uma frase sequer. É o sinal de que lá vem a sangueira:
-Olha, Clau, eu queria te dizer que...
- Não, veja bem, acho que seria melhor se a gente fizesse este trabalho amanhã porque hoje estou tão inspirada que poderia escrever um best-seller, não um trabalho de ciências.
-Mas, Clau, é que...
-Não, deixa disso. Acho muito bom a gente tomar aquele sorvete de creme lambendo bem rápido que é pra ver quem acaba primeiro. Quem acabar, sem deixar melar as mãos , paga o próximo!
-Clau, eu não...
- e vamos logo pra sorveteria, aquela lá da esquina com a Rua Onofre mesmo, que é mais gostoso o sorvete apesar de ser mais longe.
Impossível esta garota. Quando ela encasqueta que quer interromper a gente ela interrompe como, como, sei lá , nem sei como o quê. Só sei que ela é realmente uma parada!
-Bem, Clau, qual é afinal, a sua idéia magnífica?
-Olha, nem vem com gozação comigo, não, porque senão eu começo a falar com você na língua do P e nem vou te dar colher de chá , não vou traduzir nadica de nada.
-Nem torra! Não vem com esta palhaçada de peque pevo pecê pevai peca pecar pessa pepo!
-Nossa, não fica bravo também!Ó , até que você melhorou muito na língua do P, acho que daqui uns dez anos, poderemos começar a conversar e...
-E nada! Nem vem. Começa a desembuchar logo, senão eu desisto.
-Tá, mas primeiro eu preciso te perguntar uma coisa, posso?
- Pode.
-Lá vai : quando você anda faz tic-tec?
Ai, meu Santo Agostinho, o que está se passando com esta menina? Acho que agora deve ter surtado de vez!
continua...

Nenhum comentário:

Postar um comentário